domingo, abril 11, 2010

Crianças estão se tornando adultas cada vez mais cedo



É cada vez mais comum pais e educadores recorrerem ao auxílio de psicólogos na educação de suas crianças. O mundo moderno impõe às famílias certos desafios sociais até então desconhecidos. Um deles trata da precocidade com que as crianças estão deixando de ser crianças.A adolescência tem chegado mais cedo a meninos e meninas de 10 e 11 anos. Eles já mudam seus hábitos e suas atitudes, muitas vezes influenciados pelos pais, pela TV ou pelos próprios amigos. É o que explica a psicóloga Cecília Medeiros.“O acesso mais fácil aos meios de comunicação, como a TV e a internet, tem feito com que as crianças tomem contato mais cedo com o mundo adulto. E, como elas tendem a imitar o que vêem, acabam incorporando características adultas”, destaca.As crianças estão mudando, dentro de sua geração, influenciada por todas as partes. Nas lojas voltadas para o público infantil já se pode perceber essa mudança de hábitos. Brinquedos que imitam produtos utilizados no dia-a-dia do homem e da mulher modernos estão, aos poucos, tomando o lugar das bonecas e carrinhos.“Essa é uma adaptação natural. As bonecas eram mania na época em que as mulheres ainda eram educadas para o casamento. Agora, os papéis sociais estão ficando mais flexíveis, e a educação infantil deve seguir essa tendência”, comenta Cecília.No entanto, a psicóloga explica que a educação, apesar de se adaptar ao mundo de hoje, não precisa “roubar” a infância das crianças. Segundo ela, essa é uma fase muito importante, que deve ser zelada. É quando criança que a pessoa começa a formar seu caráter e sua personalidade.“A educação não pode ignorar o mundo em que vivemos. Mas, podemos adaptar os valores que devem ser repassados às nossas crianças àquilo que elas mesmas aprendem sozinhas através dos meios de comunicação”, disse.Cecília Medeiros enfatiza a importância do diálogo. “O diálogo é, sem dúvida, a mais importante ferramenta de educação dos dias atuais. Isto porque as crianças estão com um poder de discernimento maior, e podem entender mais facilmente o que falamos com elas. Os pais devem sempre conversar com seus filhos, explicar tudo aquilo que eles vêem e, acima de tudo, deixar claro que são crianças sem, necessariamente, deixá-los se sentindo diminuídos”, declarou.A valorização é outro aspecto importante. A partir do momento que a criança se sente valorizada no que pensa e no que faz, ela aceita mais facilmente suas diferenças em relação aos adultos.“Não podemos esquecer que a infância é um processo complexo. Temos que dividir esse momento com as nossas crianças. Ensiná-las e aprender com elas sempre”, concluiu Cecília

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