O terremoto de 8,8 graus que sacudiu o Chile neste sábado foi sentido por turistas brasileiros no país. Um casal de paulistas e uma mulher também brasileira disseram em entrevista à TV Chile (TVN) que viveram momentos de “pânico” e que querem deixar o país, mas não podem porque o aeroporto de Santiago está fechado.
"Foi um verdadeiro pânico. Tudo começou a tremer forte, faltou luz e tivemos que sair, do quarto, no escuro, com garrafas de champagne quebradas no chão. Não havia nenhuma sinalização e não sabiamos como sair do hotel', disse o brasileiro diante das câmeras.
Ao seu lado, uma das duas mulheres completou: "Infelizmente temos que estar aqui na rua e esperar porque aeroporto de Santiago continua fechado e a nossa única opção é esperar. Tudo tremeu. Foi horrível."
Os turistas brasileiros começaram a se acumular nas ruas, sentados, junto com outros hospedes e moradores de Santiago, desde 3h30 (horário local), quando saíram do hotel Principado de Astúrias, no parque Bustamante, em Santiago.
Apresentadores da TVN, a principal do país, afirmaram que o terremoto deste sábado "pode ter sido mais intenso" em algumas regiões do país do que os que foram registrados em 1964 e 1985 - os piores já registrados no Chile, definido como "país sísmico", onde os tremores de baixa intensidade são frequentes.
Falta de luz
Em vários pontos, como no centro de Santiago e na cidade de Concepción, às margens do oceano Pacífico, não há luz e água, o asfalto das estradas se rompeu, pontes antigas caíram e vários carros, estacionados nas ruas, foram atingidos por postes, tijolos ou pedras.
Tremor teve epicentro a 320 km da capital, onde também foi sentido
As comunicações telefônicas também foram interrompidas ou ficaram extremamente difíceis. Equipes de bombeiros foram chamadas para apagar incêndios em postos de gasolina. O chefe do aeroporto de Santiago, Eduardo del Canto, confirmou que todos os vôos estão cancelados e que o aeroporto não será reaberto pelo menos nos próximos três dias.
"O dano maior está no prédio do aeroporto (portas de vidros quebradas e paredes rachadas), mas sem este prédio não podemos operar o aeroporto. As pistas não foram abaladas, mas o terminal está paralisado e continuará fechado", disse.
Vários passageiros, com suas bagagens, estão sentados em frente ao aeroporto. Del Canto disse que não pode garantir que os voos serão retomados na semana que vem, quando está prevista a realização do Congresso Internacional de Língua Espanhola, na região de Valparaíso, que tem entre os convidados o Rei da Espanha, Juan Carlo, e a rainha Sofia.
A expectativa é que o aeroporto esteja funcionando no dia 11 de março, data da posse do presidente eleito do Chile, Sebastián Piñera, quando são aguardadas comitivas internacionais. O Ministério dos Transportes informou que os ônibus e metrôs também não estão funcionando. Ou por precaução ou porque algum setor foi abalado pelos tremores.
No bairro antigo da capital chilena, chamado Santiago Centro, cerca de 40 casas históricas foram afetadas, segundo as autoridades locais. Também nessa área, próxima ao palácio presidencial La Moneda, que não teria sido atingido, os moradores estão nas ruas. Muitos deles de pijamas e abraçados a cobertores. O bairro também está sem luz.
O porta-voz da empresa de energia Chilectra, Juan Pablo Larraín, disse que 2 milhões de clientes estão sem luz e fez um apelo: "Por favor, evitem o desperdício de energia. O sistema elétrico foi fortemente atingido e temos que poupar energia neste momento".
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